A creatina, sintetizada pelo nosso organismo a partir de
aminoácidos, encontra-se essencialmente nos músculos, favorecendo a produção de
energia (ATP) gasta nos movimentos rápidos de força, como nos sprints e nas subidas íngremes nas
provas.
Pode ser obtida nas carnes e peixes, mas os suplementos são
eficazes para aumentar a sua concentração a nível muscular, fornecendo mais
energia para os exercícios de alta intensidade. Já está provado cientificamente
os seus efeitos potenciadores de força – em especial se combinada com treinos-
sendo uma substância segura de se tomar de vez em quando em pessoas saudáveis.
Pode ser tomada de duas formas, de preferência juntamente
com hidratos de carbono, pois o aumento de insulina favorece a retenção da
creatina no organismo:
1-
20g por dia durante 5 dias, até à prova
2-
2 a 3 g por dia durante 30 dias, até à prova
No entanto, o maior problema é que a creatina e a cafeina
não se dão bem. São antagónicas, e
anulam-se. E uma vez que é a cafeína que vai ajudar atrasar a fadiga durante as provas, não é boa ideia abdicar desta. Uma forma de evitar esta batalha, onde ninguém é vencedor, é
separá-las. Por exemplo, pode-se tomar creatina durante 1 semana antes da
prova, e no dia D tomar apenas cafeína.
Para os adictos do café, retirá-lo durante as fases de carga
de creatina pode ser tarefa dolorosa. Sugerimos então que afaste a ingestão
destas o mais possível. Café de manhã e creatina ao deitar. Não se esqueça que
é uma sugestão, pois não há estudos que comprovem a eficácia deste protocolo.
Sabe-se apenas que a ingestão em simultâneo anula os efeitos de ambas, mas
tomar creatina nos treinos e cafeina nas provas é eficaz.
Por fim, de todas as creatinas que andam por aí, o mono-hidrato
de creatina é a mais conhecida, a sua segurança já foi estabelecida e a sua
eficácia também.
Constança Camilo-Alves
Artigos científicos consultados:
Vandenberghe,
K., Gillis, N., Van Leemputte, M., Van Hecke, P., Vanstapel, F., & Hespel,
P. (1996). Caffeine counteracts the ergogenic action of muscle creatine loading. Journal
of Applied Physiology, 80(2), 452-457.
Doherty, M. I. K. E., Smith, P. M., Davison, R. R., & Hughes, M. G.
(2002). Caffeine is ergogenic after supplementation of oral creatine
monohydrate. Medicine and science in sports and exercise, 34(11),
1785-1792.
Lee, C. L., Lin, J. C., & Cheng, C. F. (2011). Effect of caffeine
ingestion after creatine supplementation on intermittent high-intensity sprint
performance. European
journal of applied physiology, 111(8), 1669-1677.
Persky, A. M., & Brazeau, G. A. (2001). Clinical pharmacology of the
dietary supplement creatine monohydrate. Pharmacological Reviews, 53(2), 161-176.
Jäger, R.,
Purpura, M., Shao, A., Inoue, T., & Kreider, R. B. (2011). Analysis of the efficacy, safety, and regulatory status of novel forms of
creatine. Amino Acids, 40(5), 1369-1383.
Cooper, R.,
Naclerio, F., Allgrove, J., & Jimenez, A. (2012). Creatine
supplementation with specific view to exercise/sports performance: an update. Journal of the International Society
of Sports Nutrition, 9(1),
33.
Poortmans, J. R., Rawson, E. S., Burke, L. M., Stear, S. J., & Castell,
L. M. (2010). A–Z of nutritional supplements: dietary supplements, sports
nutrition foods and ergogenic aids for health and performance Part 11. British journal of sports medicine, 44(10), 765-766.
Jagim, A. R., Oliver, J. M., Sanchez, A., Galvan, E., Fluckey, J.,
Riechman, S., ... & Kreider, R. B. (2012). A buffered form of creatine does
not promote greater changes in muscle creatine content, body composition, or
training adaptations than creatine monohydrate. J Int Soc Sports Nutr, 9(1), 43.
Quesada, T., & Gillum, T. (2013). Effect of Acute Creatine
Supplementation and Subsequent Caffeine Ingestion on Ventilatory Anaerobic
Threshold. Journal of
Exercise Physiology Online, 16(4).
Sem comentários:
Enviar um comentário