Tomar proteínas ajuda na recuperação pós-exercício?
PORQUÊ
Todos nós temos 2
tipos de fibras musculares (e alguns subtipos), as fibras tipo I e tipo II. Cada uma
responde a estímulos diferentes.
As de tipo II são da
força. Com estímulos correctos - treinos de força e alta intensidade- tendem a
hipertrofiar (ou seja aumentar).
As de tipo I são de
resistência. Respondem aos treinos de baixa intensidade e grande duração (endurance). Produzem muita
energia, e para tal têm muitas mitocôndrias (as nossas fábricas de energia).
Não aumentam de dimensões com os estímulos, pois tal efeito até é limitante da
resistência, mas tornam-se mais eficazes.
Ambas as fibras
precisam de aminoácidos para realizarem os seus ajustes após os treinos –
em particular as fibras tipo II precisam de muito mais aminoácidos, uma
vez que aumentam de dimensões.
Independentemente
destes ajustes, quando fazemos desporto há alguma degradação muscular, havendo
sempre necessidade de compensar o gasto.
QUANTO
As proteínas são
compostas por cadeias de aminoácidos – os “tijolos” do organismo.
Os desportistas
precisam de reforçar um pouco as proteínas na alimentação: Por exemplo,
Enquanto que uma
pessoa sedentária precisa cerca de 0.8 a 0.9 g de proteínas por kg (do seu
peso) de proteínas diárias, Já um desportista precisa entre 1.2–1.7 g/kg.
Atenção que as
proteínas não têm de vir todas da carne e peixe. Os ovos, leite e derivados,
trigo (glúten) e grãos também são algumas outras das suas fontes.
QUANDO
O momento em que
tomamos as proteínas é também importante – É logo a seguir ao exercício que são
mais eficazes para que se efectuem as obras necessárias nos músculos, em
particular nos exercícios de força. As fibras tipo II respondem rapidamente
à disponibilidade de proteínas.
QUAL
O aminoácido que faz a
diferença é a leucina. Este aminoácido é essencial, o que significa que o nosso
organismo não consegue produzi-lo e temos de obtê-lo através da alimentação.
Este faz parte do grupo dos BCAAS (Branch
Chain Amino Acids) que são todos essenciais.
A forma mais rápida de
disponibilizá-los ao organismo é tomando proteínas hidrolisadas, em particular
a proteína whey hidrolisada, uma vez que é rapidamente absorvida, estimulando
fortemente o aumento muscular.
Mas como somos
ciclistas e não bodybuilders, não é
necessário ir a correr tomar estes suplementos.
As proteínas whey
encontram-se naturalmente no soro do leite. Além da whey, o leite tem a
proteína caseína, que é de absorção lenta.
Ao tomar um copo de
leite temos proteínas rápidas e lentas e estamos assim, não só a fornecer
rapidamente aminoácidos ao organismo, mas também mantemos a sua disponibilidade
durante algum tempo devido aos aminoácidos que vão sendo lentamente absorvidos
da digestão das caseínas.
E se for juntamente
com hidratos de carbono, o resultado é melhor pois os açúcares estimulam a
concentração de insulina no sangue, que por sua vez, estimula a síntese
muscular.
Assim, depois do
exercício tome um copo de leite com chocolate e terá um óptimo recuperador.
Constança Camilo-Alves
Artigos científicos
consultados
Breen, L. (2011). Influence of protein nutrition and exercise on muscle metabolism (Doctoral dissertation, University of Birmingham).
Bassit, R. A., Sawada, L. A., Bacurau, R. F. P., Navarro, F. R. A. N. C. I. S. C. O., & Rosa, L. F. B. P. C. (2000). The effect of BCAA supplementation upon the immune response of triathletes. Medicine and science in sports and exercise, 32(7), 1214-1219.
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