Aqui
explicamos as expressões utilizadas na fisiologia do desporto: Estes conceitos são
bons preditores das capacidades dos ciclistas.
Metabolismo Aeróbico:
Processo
de produção de energia necessitando da presença de oxigénio. Relativamente
lento, mas muito eficiente – produz muita energia por cada molécula de glicose
(açucar).
Consumo Máximo de Oxigénio, “VO2 max ”:
Representa a quantidade máxima de oxigénio que
conseguimos utilizar durante
o exercício físico (litros de oxigénio por minuto) para produção de energia
pelo metabolismo aeróbico. Atingimos este consumo quando as pulsações estão no
seu máximo. Ciclistas profissionais têm valores próximos de 74 mL/kg/min de VO2
max.
Metabolismo Anaeróbico:
Processo
de produção de energia sem a necessidade de presença de oxigénio. Rápido mas
pouco eficiente. Resulta no aumento da produção de ácido láctico, que se separa
rapidamente em iões de hidrogénio (que são ácidos) e lactato, que é
transportado pelo sangue.
Limiares do lactato:
São
dois e estão relacionados com a acumulação de lactato no sangue – Quanto mais
intenso o treino, mais lactato temos a circular, pois estamos a produzir cada
vez mais energia pelos meios anaeróbicos. Mas esse aumento não é linear, é em
curva e há dois pontos desta curva que são fisiologicamente importantes.
Limiar Aeróbico - Anaeróbico: Este limite é usado para estabelecer o limite da zona de treinos
de intensidade baixa para a moderada. Abaixo desse limiar, utilizamos
essencialmente energia do metabolismo aeróbico. Acima do limiar já estamos a
acrescentar energia do metabolismo anaeróbico.
Limiar Superior da Fase Estável do Lactato (em
inglês: Maximal Lactate Steady State “MLSS”):
Este limite marca o ponto até onde é possível praticar exercício de resistência
(endurance). Até aqui, embora o
lactado aumente, mantém-se relativamente estável desde que a intensidade de
treino seja constante. A partir daqui, mesmo que mantenhamos a mesma
intensidade, o lactato acumula-se e vai aumentando, pois a remoção deste não
acompanha a sua produção. Ou seja. Treinos acima deste limiar só se forem
séries.
Um
bom atleta aguenta cerca de 1hora neste limite, até se cansar. Os profissionais
só atingem este limiar apenas a 90% da VO2 max.
Nota:
os limiares têm vários nomes, e são usados de várias maneiras, para aumentar a
confusão
1º Limiar Ventilatório:
Quando começamos a hiperventilar. Normalmente
pensamos que acontece por aumento da necessidade de oxigénio, mas está mais
relacionado com a eliminação de CO2. Como já dissemos AQUI, a expulsão
de CO2 pela respiração é uma das formas de controlar o PH do sangue,
impedindo a acidose relacionada com os iões de hidrogénio resultantes do
metabolismo anaeróbico. Assim, este limiar corresponde ao limiar aeróbico –
anaeróbico.
2º Limiar Ventilatório, ou Ponto de Compensação
Respiratório:
Neste limiar, o aumento da hiperventilação não corresponde a
aumentos proporcionais nas trocas gasosas, embora esteja também relacionado com
a manutenção do PH do sangue. Corresponde ao Limiar Superior da Fase Estável do
Lactato
Potência:
É
o resultado de uma força aplicada repetitivamente, resultando em velocidade (ou
distância percorrida num dado período). Uma taxa de potência/ peso acima de 5,5 Watts/kg é encontrada nos melhores
ciclistas
Pico
de Potência Relativo (em inglês: Peak Power Output, “Wpeak”):
O pico de potência relativo é a potência
máxima que conseguimos manter durante 2-3 minutos de exercício cada vez mais
intenso, até à exaustão. Também é um bom indicador da nossa capacidade de endurance
Eficiência/ Economia:
Energia
que é realmente usada para produzir força. Por exemplo, da energia (na forma de
ATP) gasta durante um evento de ciclismo, só cerca de 10 a 25% é realmente
utilizada para pedalar. A restante é utilizada para manter o corpo a funcionar
e é também desperdiçada sob a forma de calor. O Termo “Economia” usa-se, em
particular, para relacionar o consumo de oxigénio com a potência gerada para
pedalar.
Constança Camilo-Alves
Artigos consultados:
Moseley, L., & Jeukendrup, A. E.
(2001). The reliability of cycling efficiency. Medicine and science in
sports and exercise, 33(4),
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Faude, O., Kindermann,
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Faria, E. W., Parker, D. L., & Faria, I. E. (2005). The science of
cycling. Sports
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Meyer, T., Faude, O., Scharhag, J., Urhausen, A., & Kindermann, W.
(2004). Is lactic acidosis a cause of exercise induced hyperventilation at the
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Hawley, J. A., & Noakes, T. D. (1992). Peak power output predicts
maximal oxygen uptake and performance time in trained cyclists. European
Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology, 65(1),
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Bentley, D. J., McNaughton, L. R., Thompson, D., Vleck, V. E., &
Batterham, A. M. (2001). Peak power output, the lactate threshold, and time
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